Isto até muda nossa intenção de voto. Muda os jornais a que assistimos, nos faz comprar um ou outro livro (o que já é um milagre) etc. Mas o que muda em nós mesmos, na vida nossa de cada dia?
Nos tornamos efetivamente mais inteligentes? Mais caridosos?
Tomamos decisões mais prudentes, mais maduras?
Temos mais firmeza em propósitos que não envolvam apenas o trabalho ou obrigações sociais?
Resolvemos nossos problemas de dissipação do tempo e de falta de atenção?
Sentimos viver uma vida mais nossa, que nós queremos mesmo, ou ainda vivemos mais preocupados em estar de acordo com o que a sociedade espera de nós?
Se a resposta a essas perguntas não for positiva, então de que vale essa “tomada de consciência”?
Diante disso, será que ainda não lhe falta uma tomada de consciência de que há um
Qualquer pessoa que viva no nosso tempo, já padece algum grau de despersonalização e rebaixamento da consciência. O mundo atual, quando nascemos, já tem todo um roteiro pronto para nós: nascer, ir para a escola, prestar vestibular, tirar um diploma para poder trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar… Ganhar dinheiro, viver com algum conforto – ser feliz.
Este roteiro pode até trazer sucesso. Porém, não é um roteiro seu: é um script mundano, dando-lhe um papel de coadjuvante no grande palco da vida. Sendo que, na verdade, antes mesmo de você nascer, Deus já tinha algo grande guardado para você, um script pessoal, um protagonismo que só você e mais ninguém pode assumir. Só assumindo este protagonismo é que podemos ter, muito mais do que a plenitude do sucesso, a plenitude da realização existencial. chamando ao protagonismo, enquanto as delícias deste mesmo tempo ao qual Ele nos enviou nos chamam ao papel rebaixado de joguete das circunstâncias.
O papel a que somos chamados a desempenhar está escrito em nossa alma. Daí o sentido etimológico da palavra vocação, do verbo latino vocare: “chamar”. É um chamado, uma marca transcendente que ecoa desde nosso coração, mas que a barulheira e a agitação do mundo não nos deixam ouvir.
Deus, neste tempo, nos chamando ao protagonismo, enquanto as delícias deste mesmo tempo ao qual Ele nos enviou nos chamam ao papel rebaixado de joguete das circunstâncias.
Não é paradoxal. É que a realização do script pessoal depende da vitória contra o script mundano: é a guerra existencial (eu disse existencial – não política, não cultural) a que somos convocados a travar. É das mais dolorosas, porque suas batalhas são dentro da própria alma, e, no geral, sentimo-nos quase sempre perdedores.
Não por acaso que tendem à fraqueza moral. Afinal, de que outra forma, senão pelo combate, desenvolveríamos virtudes? Virtus significa força, vigor, valor, coragem. Não é no fogo do confronto da vida que forjamos a nossa força, a nossa distinta forma de ser – a nossa personalidade? Essa é a grande virtude, a grande força de que todos nós, indistintamente, precisamos.
E este é o objetivo principal deste curso: transmitir alguns exercícios e práticas que possibilitarão um melhor desenvolvimento da personalidade, e, consequentemente, mais segurança, inteligência, e autoconsciência nos combates diários.
Cada módulo terá cinco aulas, cada uma entre 40 minutos e 1 hora e meia de duração.
Teremos aulas tira-dúvidas para cada módulo, realizadas 03 meses após a disponibilização de cada módulo.
Neste módulo, o professor apresenta uma visão geral do plano e da metodologia do curso, partindo para uma análise da cultura brasileira atual, focando na chamada pirâmide existencial, o principal fator cultural de despersonalização. O objetivo é situar os alunos ante o problema, e demonstrar a que serve, afinal de contas, este esquema de pirâmide, e como iniciar o trabalho de reversão de seus efeitos na vida pessoal.
No segundo módulo, o objetivo é estabelecer com os alunos um mapa antropológico da personalidade humana para, conhecendo suas partes, compreender de modo concreto e prático tanto o que possibilita quanto o que impossibilita o seu desenvolvimento.
O terceiro módulo é uma continuação do segundo, porém focado em como funcionam a vontade, o apetites do corpo (irascível e concupiscível), suas respectivas paixões, e alguns meios práticos para se ter uma vontade mais forte e menos refém dos nossos defeitos e dificuldades.
Tendo estabelecido o que compõe verdadeiramente a pessoa humana, neste módulo se torna possível trazer a abordagem mais substancial deste curso: a personalidade, sua natureza e, portanto, sua finalidade.
No penúltimo módulo, o principal é entender a dinâmica do desenvolvimento da personalidade como graus sucessivos de instalações na realidade; de uma participação cada vez mais verdadeira e profunda nas dimensões mais complexas e decisivas da vida humana. Para isso, o professor proporá uma série de exercícios práticos e algumas leituras, tendo como principal base a Teoria das 12 Camadas da Personalidade, do professor Olavo de Carvalho.
O último módulo do curso é o arremate. Pretende-se unificar todos os assuntos trabalhados pelo ensino da prática da autoconsciência e da identificação do eu com algumas técnicas inspiradas em São Bernardo de Claraval, Santo Tomás de Aquino, Julián Marías, Louis Lavelle, Victor Frankl, entre outros.
Análise de algumas obras indicadas durante o curso e eventuais aulas com convidados.