O curso aborda a Revolução Francesa de um ponto de vista da ciência política, e não propriamente da história. Dentro desse recorte, seguimos uma tradição particular de investigação, que tem encarado os fenômenos políticos modernos com base na fenomenologia da religião, e que foi muito bem sintetizada pelo filósofo político John Gray em seu livro Missa Negra: Religião Apocalíptica e o Fim das Utopias: “a política moderna é um capítulo na história da religião”.

A Revolução Francesa será vista como uma revolução religiosa, uma série de eventos inspirados por idéias que conformam aquilo que autores como Eric Voegelin, Waldemar Gurian, Emilio Gentile, Juan Linz, entre outros, chamaram de religião política.

Partiremos da filosofia do Iluminismo e mostraremos como essa ideologia, a religião política dos philosophes, constituiu-se como uma espécie de rival religiosa do Cristianismo. Sendo uma continuação do milenarismo medieval, e, portanto, também ela uma sorte de heresia cristã, a religião política dos philosophes foi a primeira da história a manifestar o espírito milenarista – que busca substituir a idéia de graça divina pela de práxis revolucionária – em termos secularistas e anticristãos. Logo, se a política moderna é um capítulo na história da religião, como resumiu John Gray, a Revolução Francesa será vista aqui especificamente como um capítulo na história do Cristianismo.

Resumo: Apresentação geral do curso. Os dois registros nos quais irá se desenvolver: específico (análise do fenômeno histórico Revolução Francesa) e geral (discussão sobre a idéia de revolução). Dificuldade metodológica: a complexidade do material. Abordagem: da ciência política, e não da história. Dentro da ciência política: fenomenologia religiosa aplicada aos fenômenos políticos. A imanentização da política. Cristianismo como religião religiosa versus Milenarismo como religião política. Agostinho versus Hobbes. Perspectiva política do curso.
Surgimento do conceito contemporâneo de “revolução”. Três mitos/imagens da revolução: a) revolução como fenômeno incontrolável e irreversível; b) revolução como revolta popular espontânea; c) revolução como reação contra o poder arbitrário do Rei. Questionando os mitos/imagens. As “sociedades de pensamento” (Augustin Cochin). Idéias difundidas por todas as “classes” da França do fim do Antigo Regime. Revolução como efeito mais de proximidade social (“crise mimética”) do que de distância social.
A democratização dos espetáculos na França (caso do Balão de Montgolfier, teatros, salões etc.). Análise de Simon Schama em Cidadãos: uma crônica da Revolução Francesa. Beaumarchais e as Bodas de Fígaro. A difusão da sensibilidade romântica. O romantismo nos quadros de Jean-Baptise Greuze. A divinização da natureza. Introdução aos “cultos revolucionários” (Albert Mathiez).
A revolta contra a transcendência e as substituições. Continuação sobre “cultos revolucionários”. Revolução Francesa como uma revolução religiosa. A propaganda e a violência anticlericais. Os philosophes como os novos sacerdotes. A religião civil (ou política) dos iluministas contra o Cristianismo. Os três principais elementos que as diferenciam.
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